ARTE DA ÍNDIA

 
Pintura em estilo Rajasthan, 1605.
 
 
Arte e arquitetura do subcontinente indiano (atualmente Índia, Paquistão e Bangladesh) ou, de forma mais ampla, da Índia e áreas adjacentes que fizeram parte da sua esfera de influência cultural (neste caso considera-se indiana a arte do Sri Lanka, Nepal e Tibete).
A arte indiana mais antiga pertenceu à civilização do vale do rio Indo, entre 2500 e 1500 a.C., mas posteriormente ocorreu um grande intervalo até que outro grande impulso artístico se verificasse—a arte mauryana, que floresceu principalmente no século III a.C. Açoka, o mais importante governante da dinastia Maurya, converteu-se ao budismo; assim, esta religião, ao lado do hinduísmo, foram as fontes de inspiração para grande parte da arte indiana antes da chegada do islamismo, ainda que uma terceira religião, o jainismo, também tenha tido alguma participação.
Bharathanatyam
Duas tradições antigas são representadas pelas artes gandhara e mathura, porém esta fase da arte indiana chegou ao apogeu um pouco mais tarde, na era Gupta, que atingiu sua melhor expressão no século V d.C.. A pintura (especialmente em Ajanta) e a escultura alcançaram novos patamares, estabelecendo-se também a grande era da construção de templos. Estes, aliás, continuaram a representar o principal foco do desenvolvimento artístico da Índia e no seu esplendor e beleza de decoração podem em muitos casos ser comparados às grandes catedrais românicas e góticas européias: os templos de Elephanta, Ellora e Khajuraho estão entre os mais notáveis.
No entanto, os valores tradicionais da arte indiana foram ameaçados e muitas vezes liquidados pelos muçulmanos, que conquistaram praticamente todo o grande subcontinente entre os séculos XIe XV, quando produziu-se uma arte islâmica. O ponto alto da arte islâmica na Índia foi marcado pela dinastia Mogol, que entre 1550 e 1650 teve entre seus governantes três grandes patrocinadores da arte. Um deles, Shah Jahan, foi o responsável pela mais conhecida das construções indianas, o Taj Mahal, em Agra (construído entre 1632 e 1649), cujas formas puras contrastam com a decoração exuberante característica dos templos budistas e hinduístas. A troca de presentes era importante na corte mogol e este hábito encorajou a criação de objetos de luxo como tapetes,jóias e armas decoradas.
Com o declínio do Império Mogol, os ingleses se tornaram a força dominante entre as nações européias que passaram a estar presentes na Índia a partir da chegada do navegador portuguêsVasco da Gama, em 1498.
 
 

Arte na Índia

 
Arte na ÍndiaA antiga civilização Hindu teve origem há cerca de 2.300 anos a.C, sendo que esse período primordial da história daÍndia durou até, mais ou menos, 1750 a.C. A arte desse ciclo é predominantemente representada por esculturas  pequenas, com enorme sentido de monumentalidade e com volume como que dilatados, como se a estátua pudesse expandir-se aos nossos olhos. Brasões retangulares com figuras esculpidas também são abundantes. Figuras mitológicas, como deuses em posição de yoga e animais são seus principais temas.
A arte desse período já fornece as bases para a da arte posterior. No intervalo entre 1500 a.C e 450 a.C, temos as invasões arianas, o desenvolvimento da cultura védica (com notável destaque para a literatura) e o nascimento de Buda,  no atual Nepal (O budismo terá grande influência sobre o mundo asiático). Pode-se dizer que a conversão para o budismo, do imperador Ashoka (272 - 232 a.c), marcou o início da grande influência dessa religião sobre a arte na Índia. Até hoje identificamos imagens indianas desse período que sobrevivem como verdadeiros ícones do país. As fortificações na Índia, Nepal e Sri Lanka (partes do império hindu na época), construídas por Ashoka em devoção a Buda, são bons exemplos da arte e mentalidade do período. As esculturas em relevo eram comuns nessas construções, utilizando-se da temáticas fornecidas pela cultura védica e pelo intenso urbanismo da civilização. Templos como que cavados em pedra, típicos da cultura indiana, surgem no período.
A Era Kushan (30 a.C. a 320 d.C.) foi marcada pela fusão de influências estrangeiras - trazidas principalmente por Alexandre, o Grande, em sua ocupação de parte do país - com a própria cultura nativa. Dessa mistura, surge, por exemplo, a imagem búdica Gandhara, com influências da arte grega. Na imagem búdica de Mathuran, desse mesmo período, já predominam as características nativas altamente desenvolvidas, como ênfase na geometria e volume das formas, criando efeitos para representar o poder e altivez da divindade. A época da dinastia do clã Grupta e um período um pouco posterior a ele (século IV a VI d.C.) é considerada a época “clássica“ da cultura indiana. As conquistas artísticas desse período influenciaram por muito tempo toda a Índia, Nepal, a China, Coréia e o Japão. A principal característica da arte de então é a junção do abstracionismo dos símbolos religiosos com formas e volumes sensuais. A arquitetura alcança grande desenvolvimento, merecendo destaque a construção de templos. Repleto de simbolismo religioso, eram construídos baseando-se em mandalas (“imagens do mundo“ compostas de círculos e quadrados concêntricos).
Templo de KailasaNos séculos VII a XII, encontramos uma proliferação enorme de imagens mitológicas e religiosas e grande desenvolvimento das estruturas arquitetônicas características. O templo de Kailasa, escavado em rocha, com sua alta torre central é bastante conhecido. Apesar das invasões muçulmanas terem atingido o norte indiano a partir do ano 1000, o sul do país continuou tendo suas próprias dinastias e arte. O conjunto de templos Minakshi é um bom exemplo da arquitetura do período, com suas coloridas imagens mitológicas. A pintura continuou utilizando-se, de maneira geral, de imagens religiosas, feitas no interior dos templos. A escultura ganha enorme sofisticação, com graça, admirável composição e precisão de detalhes que fazem referência à cultura do povo. No norte indiano, temos templos caracterizados por enormes torres, como demonstra Madhya Pradesh, com seus enormes templos. As esculturas eróticas nas paredes de alguns templos hinduístas (como Khajuraho), coerentes com a idéia da experiência em vários níveis, desde os prazeres terrenos ao auto-controle espiritual também são famosas no ocidente.
O comércio foi responsável pela cultura, religião e arte indiana terem se espalhado por todo sudeste asiático, exercendo enorme influência sobre esses países. Entretanto, a partir do século XIII, as invasões islâmicas intensificaram-se e tiveram força para abalar o desenvolvimento da arquitetura e escultura próprias da região. A pintura, em especial as pinturas em miniatura, por sua vez, desenvolveram-se bastante. Influenciadas pelas técnicas persas, são especialmente famosas as do século XVII e XVIII, com suas cores e detalhes. Era a vez do florescimento da influência islâmica nas construções do norte do país (a partir do século XII), como o famosíssimo Taj Mahal, construído para servir de túmulo para Shah Jahan e sua esposa predileta. 

Fonte:http://www.coladaweb.com/artes/arte-na-índia

 
Arte Indiana
 

A arte indiana da época clássica corresponde ao período da dinastia Gupta, fundada no Norte da Índia, por volta de 320, e que durou até 650.
Esta dinastia exerceu grande poder político e militar sobre os reis Andhra, acabando com a arte de Amaravati e apoderando-se da antiga capital imperial dos Kushana.
Foi durante este período que a cultura hindu atingiu o seu apogeu.
No que diz respeito à arquitetura, deste período são inúmeras as obras esculpidas na rocha, ou arquitetura rupestre, na continuação da tradição anterior, sendo de destacar as primeiras grutas búdicasdescobertas na rocha de Ellora, perto de Bombaim, na qual são visíveis colunatas que separam as naves laterais da central, onde se encontra um stupa (monumento espiritual). Sobre este, uma estátuagigantesca de Buda sentado, ladeado por dois servidores. De salientar a abóbada, que limita as antigas construções de madeira.
De salientar também as grutas mais recentes de Ajanta, lavradas nos séculos V-VII, onde se encontram obras-primas de escultura e pintura. No que diz respeito às grutas mais importantes de Ajanta, oschaityas, encontram-se elegantes figuras humanas que denotam uma diferente inclinação da cabeça, tronco e pernas.
Contudo, Ajanta é mais conhecida pelas pinturas murais encontradas nos viharas, onde se encontra o famoso Bodhisattva do loto azul, cuja expressão do rosto, com os olhos semifechados, denota umacalma espiritual e uma certa compaixão pela dor e miséria do mundo.
Nestas pinturas murais é de notar a mistura de sensualidade e ascetismo, característica da arte Gupta.
Os corpos humanos pintados são jovens, com uma certa dose de erotismo, inclinando-se uns sobre os outros.
As mulheres, esboçando sempre um sorriso, são representadas com um certo bambolear que realça as ancas e o busto, sendo os corpos nus decorados de joias, como é visível nas yakshi de Sanchi e deBharhut.
Porém, todo este naturalismo denota uma preocupação religiosa, em que todas estas figuras fazem parte do misticismo do budismo.
O melhor exemplo deste tipo de religiosidade são as figuras de Buda de Sarnath, onde a forma humana é posta ao rubro.
Assim, as pregas do manto e drapeado transparente, que caracterizavam as imagens greco-búdicas, desapareceram, dando lugar a uma orla ou relevo em volta do pescoço, onde a expressão ganha maisvida interior. Representadas de frente, com os olhos meio fechados e um leve sorriso nos lábios, estas imagens denotam uma grande serenidade, própria do ideal do budismo.
Foi durante a época Gupta que apareceram os primeiros exemplares de edifícios propriamente ditos, e não apenas talhados na rocha, onde se destaca o stupa cilíndrico de Dhamek, em Sarnath, e osantuário de Bodh-Gaya construído no Bihar no século IV, no local onde Buda foi iluminado.
Esta arquitetura desenvolveu-se, a partir do final do século VI e inícios do século VII, porque o antigo bramanismo se impôs ao budismo, isto é, o neobramanismo levou à decadência do budismo na Índia eao seu desaparecimento.
Para a celebração do novo culto urgia um novo templo. O santuário onde o brâmane fazia o seu culto tinha de estar separado e isolado dos fiéis. É que o chaitya típico do budismo não servia para acelebração da nova liturgia,  que o local onde estava o stupa era rodeado por um deambulatório que os fiéis podiam circular.
Surgiram, assim, dois tipos de templos que receberam nomes diferentes ou adotaram estilos diferentes, consoante a sua área geográfica. Deste modo, no Norte surgiu o estilo indo-ariano, de plantaquadrada, de cobertura alta e em forma de torre, cujos lados se encurvam até ao topo: sikhara. Exemplo: o templo de Lakshmana, em Sirpur, que foi a grande capital do século VII.
No Sul surgiu o estilo dravídico.
Porém, em 650, o império Gupta caiu, devido aos ataques dos Hunos, provocando a fragmentação política de todo o Norte da Índia em reinos independentes.
No Sul, outra dinastia nascia, a Chalukya, que se manteria desde cerca de 550 até à sua derrota pelos Rastrakuta (c. 760).
Sob a dinastia Chalukya e Rastrakuta, a arte clássica hindu entrou na sua última fase, a fase pós-Gupta que se prolongaria até ao século IX.
Os templos mais importantes da dinastia Chalukya encontram-se em Pattadakal. Aqui são visíveis os dois estilos arquitetónicos: o do Norte (exemplo: templo de Papanatha) e o do Sul (exemplo: templo deVirupaksha).
O primeiro data dos finais do século VII. É constituído por um sikhara. O segundo, construído cerca de 740, é constituído por uma torre (vimana) com um telhado de muitos andares, formando umapirâmide, que cobre a sala do santuário. Dedicado a Shiva (deus brâmane), o templo encontra-se em perfeita sintonia entre a escultura e as formas arquitetónicas.
Sob a dinastia Rastrakuta, a arte das grutas talhadas na rocha foi renovada, sendo produzidos dois dos mais belos monumentos do mundo: a gruta da ilha de Elefante, situada na baía de Bombaim,dedicada ao deus Shiva, e o templo de Kailashanatha, em Ellora, datado do século VIII.
À época Gupta correspondem também as poesias líricas e fábulas que tiveram grande influência entre os muçulmanos e no Ocidente, destacando-se no teatro Sakuntala, de Kalidasa, considerado o maiordramaturgo e poeta da Índia que tanto influenciou Goethe.

Fonte:http://www.infopedia.pt/$arte-indiana
 
 

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